quarta-feira, 16 de novembro de 2011

8ª lista de atividades de Língua Portuguesa


DESCRITOR 19 – 1. Leia a poesia abaixo e responda à questão:

Ainda que mal
Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te sigas,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 2002. (Fragmento com cortes).

Ao repetir a expressão “ainda que mal” no poema, o autor tem a intenção de:
a) valorizar ainda mais o sentimento pela amada.
b) intensificar que tudo vi mal entre o casal.
c) provocar uma sensação de estranhamento no leitor.
d) apenas deixar evidente o recurso morfossintático utilizado no poema.

DESCRITOR 19 – 2. Leia a poesia abaixo e responda à questão:

Relógio

As coisas vão
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vêm
Não em vão
As horas
Vão e vêm
Não em vão
ANDRADE, Oswald de. Obras completas; poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973

“Vão” e “vem” são verbos que foram repetidos durante o poema para:
a) simular o movimento de vai e vem do relógio como forma de dizer que as mudanças causadas pela passagem do tempo são em vão.
b) marcar as mudanças da passagem do tempo, as quais não são em vão.
c) informar que tudo vai e vem e que tudo é em vão.
d) afirmar que tudo na vida é em vão.

DESCRITOR 19 – 3. Leia atentamente a letra da canção a seguir e responda ao que é pedido.

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro espera o carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro, esperando um filho prá esperar também
Pedro pedreiro, pedreiro esperando
Pedro pedreiro, pedreiro esperando o trem
Que já vem, que já vem, que já vem.
HOLLANDA, Chico Buarque de. Nova História da Música Popular Brasileira: Abril Cultural, 1976. (Fragmento com cortes).

O autor repete a letra “p” durante a canção para enfatizar:
a) a espera de Pedro pelo trem.
b) o som de uma obra, uma vez que Pedro é pedreiro.
c) o cotidiano de uma pessoa simples que poderia ter escolhido outra profissão.
d) a dureza da vida de Pedro, nome originado da palavra pedra e, consequentemente, também de sua profissão.

DESCRITOR 19 – 4. Leia a letra da canção abaixo e responda à questão:

O quereres
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
                                               Caetano Veloso

Todas as frases do texto têm a mesma forma verbal “queres” que, dentro do contexto, foi utilizada para:
a) indicar a igualdade na forma de pensar e de agir do casal.
b) reproduzir os encontros e os desencontros da vida.
c) indicar a oposição do modo de pensar e de agir do casal.
d) marcar uma possível diferença social entre o casal.

DESCRITOR 19 – 5. Leia o poema e responda ao que é pedido.

Resíduo

De tudo ficou um pouco
Do meu medo. Do teu asco¹.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco
Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião²
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).
Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo³
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate 4
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2001. (Fragmento)

1 – Nojo; desprezo
2 – Individuo brigão
3 – Ironia
4 – Vermelho intenso

As repetições das palavras “de”, “pouco” e “sob” criam um sentido de efeito no texto. Esse recurso é utilizado dentro do poema para:
a) contrariar o título, indicando o acúmulo das experiências vividas.
b) confirmar o título, indicando o acúmulo das experiências vividas.
c) dar sonoridade ao repetir a preposição sob, indicando a inferioridade de uma das partes.
d) reproduzir os “resíduos” da fala do poeta.


DESCRITOR 19 – 6. Leia o poema e responda ao que é pedido.


O poeta faz a inversão de segmentos (“tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra”) para causar no leitor sensação de:
a) dor.                   b) compaixão.                  c) alegria.                   d) estranhamento.


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